terça-feira, 23 de dezembro de 2008
domingo, 14 de dezembro de 2008
Perdoai Deus, perdoai.
A todos que me insultaram
Aos que me difamaram, não como prostituta.
Mas como adultera, pois sempre fui apenas do teu filho.
E apenas dele.
Aos que no golgota pensaram que daria fim a nossa missão
E no nosso amor.
Aos apóstolos, que disseram maldito é o fruto do vosso ventre.
Perdoai Deus, perdoai.
Daí teu misericordioso perdão aos que até os dias de hoje
Renegam o cálice sagrado, seja por ignorância ou por conveniência, pois a
palavra tornou-se mercadoria nas mãos
dos vendilhões a porta do templo.
Perdoai Deus, perdoai.
Aos que refutam o fato D´eu ter sido a apostola mais amada.
Odeiam-me por ter carregado o sangue real, e propositalmente...
O confundem com um copo.
Ser criador não antropomórfico, acima de todas as questões e todas as razões
mergulha essa “humanidade” com tua piedade.
Descerra as traves dos olhos dos teus “filhos” inundando-os com a
transcendente luz da consciência e da verdade.
Perdoai Deus, perdoai.
A todos que em prol da divinização de Jesus incoerentemente esqueceram da
humanização do messias.
Pois se o assim tivesse feito, a palavra não tivesse sido tão corrompida.
Perdoai Deus, perdoai.
Mas protegei também nossa dinastia de todos que a ameaçam assim como o
senhor fez quando fomos para o Egito.
Pois chegará o dia que a revelação se fará, e não haverá fariseu algum com
suas vestes bordadas a ouro, caduceu e palácio de mármore que possa impedir.
Que assim seja.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
sábado, 2 de agosto de 2008
Seios
Devaneios obscenos e castos
Volúpia de te tocar
Atalho pra te amar
Pontos sensoriais
Volumes sensacionais
Afiados e pontiagudos
Escandalosos porem mudos
Prisioneiros da tua justa blusa
Detalhes pra esculpir a musa
Taça pra servir o mel
Nudez que não se esconde ao véu
Eriçados desafiando a gravidade
Macios em suavidade
Mãos que lhe tateiam sutilmente
Calor que nos consome febrilmente
Lácteo reservatório mater
Farto dormitório pater
Nus em destaque carnavalesco
Quase ocultos no pincelar do afresco
Manoel Pacífico
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Tudo e Nada
De verdade nunca é nada e nada sempre tem algo de tudo
Peguei meu saco de incongruências e soprei
E dentro se encheu com tudo que eu não tinha
E continuou escasso de conteúdo, teria eu o vazio de fé
Ou de idéias que não me aprovariam a Santa Sé
Um todo pragmático incompreensível, indigerível
Sinto-me abarrotado de falta de muitas coisas
Meu âmago regurgita ponderações que não tomam forma concreta
Abstração de quem divaga sobre o que não compreende
Entende!
Não?
Quem é o vazio agora, eu você todos...
Sigo acumulando questões que covardemente deixo pra meu estomago resolver
Prossigo adiante tocado pela inércia de viver, por movimentos involuntários
Por sentimentos donatários e capitãneados.
Manoel Pacífico
sábado, 10 de maio de 2008
O Caminho do Meio
Uma vez, lembro-me de ter visto o filme “O Pequeno Buda” Estória que contava a busca de um grupo de monges do Butão pela reencarnação de um Lama famoso (líder espiritual budista) que veio Baixar em terras do tio Sam EUA, o Lama Dorge se não me falha, e nunca falha minha memória. Eles tentavam explicar ao menino e a sua familia o que era o budismo, e quem foi Buda o iluminado (Sidharta Gautama) este representado pelo nosso eterno Neo, Keannu Reaves. Numa das tantas cenas a que mais me chamou a atenção foi quando Sidharta “que era ainda um príncipe playboyzinho e rebelde sem causa aprendiz de Buda” após ficar jejuando e imóvel em uma posição desconfortabilissima por 7 sofridos anos, alimentava-se das fezes dos pássaros que por ali pousavam e defecavam em sua divina boca, e bebia água da chuva. Um dia ele notou uma folha subindo a correnteza do sagrado rio Ganges. Essa pitoresca visão fez com que “Neo” chegasse à conclusão que não era se retirando do mundanismo ou flagelando-se que ele alcançaria a tão almejada iluminação. A folha subindo a correnteza simbolizava que apesar de tudo e de todos podemos chegar aonde queremos pelo meio termo, “O caminho do meio”. É lógico que os outros Sadus (eremitas espiritualizados) companheiros de tortura de Gautama ficaram meio contrariados com essa decisão de não mais se expor às intempéries e lhe deram as costas. A partir disso ele resolveu conviver com as mazelas humanas para aprender e ensinar pelo amor e pela dor, se não aceitando ou endossando as atitudes, compreendendo-as e não criticando.
Sidharta levou breves 7 anos pra chegar a essa clara e concisa conclusão, o filme é de 1993, estamos em 2008. Como eu não sou nenhum iluminado, levei longos e sofríveis 15 anos, se não me falha, e nunca me falha a boa a velha tabuada.
Aborrecimento é uma coisa que a maioria das pessoas procura evitar, ou ao menos assim pensam. Pois bem, a nossa incompreensão, intransigência, e doentia compulsão ao preconceito, são fontes profícuas de mal estar, inimizade, insociabilidade e outras ranzinices do gênero.
Não que a partir de amanha você deve aceitar e acatar com boa vontade tudo aquilo que lhe é despejado goela abaixo sem nenhuma chance de discordar. Ter uma opinião deve ser algo de foro intimo que só deve ser levada a parte discordante quando você presume que a outra pessoa terá a sensibilidade de também respeitar as suas convicções. Caso contrario isso se tornará uma pendenga ideológica irritante no qual todo mundo fala e ninguém tem razão, pois todos temos nossas razões.
Obvio que esse tipo de pensamento é quase que um exercício de utopia, o que nós queremos mesmo é discordar e criar polemica “alguns com mais prazer”, mas se pudermos em doses homeopáticas praticar esse preceito do “O caminho do meio” notaremos que todas as conseqüências deflagradas pela nossa inabilidade de lidar com as diferenças amenizar-se-ão.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Perdão
Palavras disparadas sem direção, sem noção
Verbo mau empregado como arma
Defesa desprovida de sentido, agressão
Proferida azeda repulsiva
Amor que busca o sentido e a medida
Pisoteando uma relação doce florida
Mas na busca do equilíbrio simétrico
Desejando não mais magoar
Um amor mais amigo companheiro ético
Uma parceria receptiva e de contrapartida
Menos egoísta e mais altruísta
Uma reavaliação firme de fé e bem refletida
Conciliando as diferenças e fortalecendo as afinidades
São questões difíceis, mas amar é resistir, vencer
Se apegando a cacos, as possibilidades
Descendo do pedestal pedante, ignorante
Implorando ajuda direcionamento orientação
Cercado de ar rarefeito de intolerância constante
Recolho as pedras lançadas e busco melhor uso
Flagelar-me-ei as mãos de encontro a elas
Pavimentarei um caminho de senda não confuso
Confiando na possibilidade de superação
Num amor menos castrante, parceiro tolerante
Cativo pelo sentimento direcionado a libertação
Manoel Pacífico
...Chega ser tanto amor que mal entendo, faço besteira.
Meto o pé pelas mãos na ânsia de te ter por inteira
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Ser ou Parecer
Vivemos uma época de transição moral sem precedentes na pobre escalada evolutiva do homo sapiens. Dependemos cada vez mais de nossos ídolos, nossa velocidade para eleger ícones só se compara a voracidade de destruí-los, tenham eles pés de barro ou não.
Parece que nossa miserável existência física só tem sentido quando nos espelhamos nos Ronaldos, Romários e Cabrinis da vida.
Temos ódio quando nossos idolatrados semideuses caem do seu figurativo olimpo e expõem na figura deles as nossas mazelas morais.
Sim somos nos que queremos a redenção das nossas fantasias sexuais nos braços "e pernas" das meninas T.
O ídolo não tem o direito de ser como eu ou você, e se e não pode parecer, premissa básica da mulher de César:
-Não basta ser, tem que parecer honesta.
Embrenhamos-nos na catarse de todos os tipos dependências possíveis, opiacios, nicotinas álcoois, morbidez, maledicências, sensualidades, estamos tão sequiosos por uma dose de qualquer coisa a mais que esquecemos ou negamos que os pés não são de barro, são de carne e osso.
Vergonha insensata que nos expõe as chagas de uma sociedade ridícula e pusilânime, capaz de atos grandiosos e outros de sofrível mediocridade.
Que importa se seres humanos sub-humanos ou super humanos são expostos nas suas fragilidades e possibilidades,temos que demolir velhos ídolos para dar lugar a novos .
Nossas aldeias clamam por uma nova comoção, a maquina de moer carne da mídia necessita de bifes sangrentos, queremos correr com o tênis da moda, beber o refrigerante gelado enquanto falamos ao celular com mp3.
Outras têm apenas o utópico desejo de serem respeitadas
Nessa insana ciranda de valores e futilidades.