segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Luz

Existe algo bem além de tudo que se sente
Tudo que se julga
Brilha
Buscando um toque que lhe seja sútil
Uma flor de brancura, candura.
Pura...
Viaja em dimensões paralelas encontrando isso
Verossimilhanças, uma mulher doce, criança.
Olhar que tudo percebe nada se perde
Imagem
Cor
Ausência do escuro
Beijo movimentado em bis
Borboletas vermelhas, amarelas, azuis.
Dançam em volta de algo que lhe seduz
Sussurra e respira apressadamente
Arqueja os quadris e extasia o gozo
Transportando-se pra dentro de um mundo
Onde todo sentimento é intenso e todo seu.
Onde o pudor lhe faz mais linda e única.
Um lugar de sonhos onde a fantasia é melhor
Supera o real
É inquestionável, luxurioso
Com um desejo espiritual.
Acompanho esses movimentos em total sincronia
Sendo pra mim assim tão bom?
Jamais esqueceria...
Os gemidos e fluidos, prazer sem ruídos.
Pequena boca
Onde me perco num universo de galáxias e sóis
Que iluminam minha alma, meu ser meu ter.
Para logo em seguida encontrar nos caminhos
Nos teus braços
Anos luz de distancia de qualquer tristeza
Qualquer medo
Sem duvidas...

Manoel Pacífico

terça-feira, 19 de julho de 2011

Esmeralda

Esmeralda é o meu nome, e tão preciosa quanto à pedra são as minhas intenções.
Numa daquelas situações que te deixam hesitante, o telefone e o interfone tocam ao mesmo tempo.
Ao telefone era ele, Leonardo, ao interfone o porteiro avisava que tinha uma encomenda pra mim, meus olhos faiscaram de felicidade, todos eles se é que você me entende.
Sexta-feira é um desses dias em que quase todas as expectativas da semana se tornam realidade ou não '' como diria Caetano''. Mas no meu caso a sorte bafejava a meu favor, meus sonhos de consumo vinham ao meu encontro.
Não dei certeza que iria, a duvida é mais excitante, mas caso fosse chegaria antes de ele voltar do trabalho, eu tenho as chaves as respostas.
Uma caixa do tamanho de uma embalagem de cereais embrulhada em papel pardo, discreta. Faço poucos ouvidos apesar da curiosidade do porteiro, a deixo pra mim mesmo, pois afinal a foto no site não era muito boa.
Passo alguns minutos contemplando a encomenda sobre a mesa e fico imaginando o que posso tirar de proveito dele,da situação,de nos ,minha mente gira e simula fantasias que fariam corar a mais experiente messalina.
Reembrulho cuidadosamente o ''brinquedinho'' e coloco na bolsa, junto com mais algumas coisas que escolhi da despensa e da geladeira, elas fariam parte de uma outra coleção de objetos que existiam no apartamento do meu cúmplice.
Paro diante do guarda roupas, e cuidadosamente escolho meu figurino, pois pra poder desempenhar bem o meu papel tinha que estar devidamente trajada. Não que isso fosse fazer muita falta, afinal na maior parte o enredo seria encenado sem roupa.
Durante o banho a água morna caia sobre a minha pele massageando-a, espalhei o sabonete liquido parcimoniosamente por todo o corpo, mas confesso que me demorei propositalmente quando meus dedos tocaram minha vulva, arqueei as pernas em compasso e estimulei meu pequeno e intumescido botão, sob a batuta do meu indicador destro, a orquestra não tardou em executar a ária final, fazendo com que a solista recebesse os ''aplausos'' em ondas que percorriam da nuca aos calcanhares.
A distancia entre a minha casa e a estação das barcas foi vencida num rápido tropear dos meus sapatos salto 15, ainda tenho tempo de ajudar uma freira que me agradece com elogios e um gesticular de benção.
Talvez se ela soubesse como eu ia me comportar daqui a algumas horas, tivesse pensado duas vezes antes de me benzer, as minhas idéias estavam mais pra festa pagã do que para homilia.

Fêmea Fruta

Sou fêmea
Sou fruta
Fruta preferida
Suculenta, doce
Degusta
Chupa
Morde
Come
Devora
Agora.
Com esse pensamento chego ao pequeno, mas aconchegante conjugado de duas peças no bairro de Santa Teresa, a chave estrategicamente escondida na soleira da porta, denuncia que ele ainda não tinha chegado.
Apartamento parcamente decorado e mobiliado, alguns itens inclusive são herança do antigo morador, um sofá cama de espuma densa e macia, uma arara de roupas, uma luminária prateada com um abajur vermelho davam um tom de penumbra rubra de bordel, uma escrivaninha com alguns livros e um note book, um armariozinho escondia uma cozinha improvisada, fogão duas bocas, alguns utensílios do tipo talheres, copos ,pratos.
Num rack uma TV com um dvd e vários filmes, que iam de musicais do gênero pop rock a pornôs nacionais da''musa'' dele Bruna Surfistinha.
Sobre o frigobar uma cafeteira que servia mais como chafeteira. Um lindo incensario esculpido em forma de Mago e varias varetas de incenso, acendi um de almíscar e o ambiente se impregnou com uma atmosfera mística e afrodisíaca. Posicionei meu ''brinquedinho ''junto ao sofá e resolvi me trocar, o clima era profano, um peignoir lilás de seda pouco ou nada cobria de minhas partes pudentes.
Coloquei alguns morangos no congelador junto com uma caixa de chantilis.
Um CD de Annie Lenox dava o toque final.

Na ponta dos dedos dos pés me agarrei e dei-lhe um longo e demorada beijo. Geralmente ele chegava do trabalho com fome e me convidava pra comer na rua, convite esse prontamente recusado, pois eu queria comer em casa e o cardápio seria ele com alguns ingredientes especiais.

Meus mínimos trajes foram notados e maliciosamente elogiados. Liguei o aquecedor e resolvi acompanhar Leonardo ao chuveiro, pobre menino, o que ele menos conseguiu foi banhar-se, tomei seu pênis em minhas mãos ensaboando-o e enxaguando e novamente repetindo a ação com xampu de calendola.
Com um barbeador novo raspei todos os pelos da bolsa escotal, deixando-a totalmente lisa, o que era pênis agora assumia forma de pica com uma inacreditável ereção que quase chegava aos 20 centímetros, segurei o pela base e o lambi do saco a glande como uma normalista faz com um picolé de nata.
O vapor do chuveiro dava ao acanhado banheiro um ar de sauna japonesa, e eu ali como uma gueixa obediente, mas isso tinha que mudar, não era isso que eu queria.
As coisas bruscamente mudaram de figura quando ele rispidamente tirou o pau da minha boca e me virou contra a parede do Box, seu dedo lacerou meu cuzinho, provocando minha indignação e a iniciativa de me virar e desferir-lhe um violento tapa no rosto acompanhado de uma meia dúzia de ofensas e ameaças.
As coisas agora se invertiam, e ele mansa e passivamente ajoelhava aceitando sua nova posição de lacaio.
Apoiei minha perna por sobre seu ombro mergulhando seu rosto em meu sexo, cada ''chibatada'' de sua língua faziam a nascente da minha gruta minar o liquido do meu gozo.
Com a mão direita ele masturbava-se enquanto o polegar esquerdo entrava e saia do meu cú.
Novamente ele tentou inverter os papeis, mas minha maior compleição física dificultava seus intentos.
Ao certo não sei exatamente se foi por causa da musica ou do incenso, mas fomos nos batendo e rolando até o sofá cama que ele abriu com um pratico pontapé.
Caímos como animais encaixando-nos num 69 putanesco, eu chupava aquela pica como se fosse morrer e tivesse a certeza que não haveria caralho como aquele no céu e tão pouco no inferno. Em contrapartida
Gozos intensos endureciam minha musculatura abdominal.

Em um breve intervalo quando Leo foi ao banheiro mijar, abri a porta do frigobar e peguei os morangos introduzindo quatro deles em minha buceta, com a caixa de chantili besuntei o bico dos meus seios e fiz uma cobertura e coloquei mais um de
enfeite bem encima da xoxota.

O prazer daquela língua máscula nos meus mamilos só não foi maior do que a surpresa dele quando viu o objeto que desembrulhei.
Consistia em um pênis de silicone com um anel que encaixado no pau verdadeiro proporcionava uma dupla penetração deliciosa.
Dito e feito, ele entendeu o espírito da coisa e ''calçou'' a peça e me fudeu e enrabou com maestria, sua rola socava os morangos misturando com os sucos do meu gozo e criava o primeiro milk shake erótico feito numa buceta.
Continuamos nesse frenesi de sexo até quase o dia amanhecer e desfalecermos de amor, exaustão e satisfação.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pele



Felicidade que tenho e sinto
Sou fiel nem minto, visualizando o sol.

Tenho no espirito a vontade de dar voltas e voltas
Da minha pele coberta ou nua, me vejo só me vejo tua
Luz, trevas disciplina de diferenciar em cada humor.

Minha vida tem vários espectros e não somente uma cor.
Cubro em véu, desço do inferno ao céu.
Beijo chocolate, tinta e criança
Quantos movimentos nessa dança.

Descanso numa nuvem de um sonho que ainda não dormi
Acordado e lúcido inebriados sem torpor ou amor
Negra mulher de muitas vontades de muito anseios
Coisas profanas desejos.

Beijo incompreensível invisível
Canção de notas concisas, harmônica.
Tudo possível
Realizado atônita...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pecado

A intangibilidade do teu desprendimento é tão única,
Que tua volúpia se faz em mascaras de lascívia.
Como mulher que ama e é amada por todos os sexos.

Bocas berbes ressecadas de blend e sol tocam teus lábios,
Outras macias em tom de batom carmim deslizam
Despudoradas pelo teu púbis.

Tua transmutação de fêmea encobrindo outra fêmea,
No frêmito de carnes que tremulam orgásticas.
Algemas soltas de um prazer que faz explodir em
Em tezão incontido.

Quero ver-te obscenamente nua nos braços de outra felina
De pele crua selvagem e aveludada.

Negra como o véu que recai sobre todos os preconceitos,
Puta que tem como a “paga” o valor da beleza e do gozo.
Ré culpada por fazer minha vida ter sentido,
Culpada por me querer me amar.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Iara Marina

Todos os dias que vejo o mesmo e só
Minhas ideias em vulcão
Minha inspiração em nó
Tenho fome do novo da ebulição
Minha sede ficou presa, vontade acesa.
Essa gana, intuição presa.
Quero sair de tudo aqui que me encarcera
Preciso do mundo
A vida me espera
Recolho as mãos em braços cruzados curvados
O parto das minhas asas na dor das palavras
Verbos na ação da graça de ser eu mesmo quando todos esperam outra
Um alguém que não é mais eu , nem será jamais
Estou partindo desamarrada do cais
Das bocas que me beijaram deixo secar a saliva num adeus de Deus
Das que nem me tiveram, melhor assim sentiram menos...
Vento de impulso tem vida tem o mar.
Sou mulher
Menina
Iara Marina

terça-feira, 24 de maio de 2011

BRUNA

Sinto que o sol que se esconde por detrás das chuvas
Faz-me esperar pelo meu dia belo
Que não seja tardio e me traga rugas.

Traduzo as cores que a minha mente vê num sonho cru
Na minha pele, nos meus cabelos, nas minhas roupas.
Vestes que são muitas e ao mesmo tempo poucas
Deixo voar num vazio de muitas coisas, completas de um tudo que o nada preenche o nu.

Continuo a andar, nadar, deixar o corpo na sua inercia seguir
Quero sempre me mover, quero ir
Acompanha apanhada empenhada e nunca só
Junto comigo mesma em par.

Das perdas e das pedras acho e junto
Cimento e rejunto
Ideias meias que calço meus pés do frio que sinto do incompleto
Meu caminho é curvo num mundo reto
Na sua rota em brumas
Nuvens suspensas em “Dreamings” Brunas...


Manoel Pacífico

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fernanda

Absurdamente lúcida
Minha sanidade conquistada
Excitada mente úmida
Percepção dilatada

Fé é duvida metafísica da lei.
Pessoalidade real
Não me questiono, eu sei.
Do meu bem, nasce meu mal.

Arbítrio inalado sutil
Percepção dosada
Dor gozo pueril
Ego emoção parada

Arquétipo inventado
Imaginação de icaro em fases
Sorriso roto, beijo molhado.
Minha fobia não mais me persegue, fizemos as pazes.

Nego a moda, sou assim, eu sou.
Despojada de consumos, me rodo ciranda.
Não volto me solto eu vou.
Gargalho na dança, me vejo Fernanda.

Manoel Pacífico

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Veneza

Minhas mascaras são muito frágeis
Feitas de papel arroz
Meu suor as derrete
Eu transpiro muito quando me vejo frente a uma declaração de sinceridade
Tal quais as asas de Icaro perto do sol.

Minhas mascaras são muito frágeis
Porcelana chinesa
As inquirições paquidérmicas esbarram-me de um modo atabalhoado
Nem um só caco sobra, nenhuma cola é suficiente pra tantos pedaços.

Minhas mascaras são muito frágeis
Éter que se esvai
Uma leve brisa de argumentos a leva mundo afora
Precisavam de mais moléculas de veracidade pra formar nuvem

Quem me dera dispensar as mascaras
Mas não posso ser mais de eu mesmo.
Em varias partes como tantos exigem
O medo de nem saber qual é a face, quem realmente sou.
Mais um dia
Mais um mês
Mais um ano
Mais um baile de mascaras...

Manoel Pacífico